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segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Do campo para cidade












Quando as migrações acontecem entre áreas rurais e urbanas, outras questões vêm à tona. Uma delas é o por quê que as regiões rurais não conseguem segurar o seu contingente populacional. A agricultura pratica duas formas de produção: Aquela de subsistência, onde pequenos agricultores produzem para si e para o comércio local. E os grandes latifundiários, voltados para a exportação.

A agricultura de subsistência, hoje vista como características de regiões pobres e atrasadas, já foi mais eficiente em formar em torno de si centros urbanos e comércio a exemplo do que aconteceu com a região norte nos EUA. Diferentemente da região sul, onde grandes extensões de terra na mão de um só dono priorizavam a produção para o mercado externo. A centralização de recursos excessiva é reforçada pelo sistema escravista e é incapaz de manter o progresso (repetindo o progresso e não a concentração de renda) em torno de si ao tornar o comércio local inócuo. Tanto é que as revoltas que se sucederam até a independência americana, começaram a partir de Boston com o objetivo de manter a autonomia em face dos novos impostos. E as colônias do sul, com sua grande concentração de renda, se uniram a eles,para que o conjunto de 13 colônias se tornassem um país independente. E assim os Estados Unidos foi um país que deu certo, principalmente porque a autonomia do norte superou os vícios administrativos do sul.

O que teria acontecido com os EUA se esses vícios tivessem prevalecido?        

 A maioria dos países que foram colonizados mantendo suas economias como agriculturas comerciais e latifundiárias são OS MESMOS que se tornaram subdesenvolvidos. Essa não é uma realidade de quatro ou cinco séculos atrás. Até o início do século XX, no México, as principais atividades econômicas eram a agricultura e a mineração voltadas para exportação. Apenas 1% da população detinha 70% das terras cultiváveis. Conseqüentemente esse processo gerou um grande contingente de mão-de-obra cada vez mais barata e cada vez mais escravizada. As tentativas de reforma agrária, sem muito sucesso e o início do processo de industrialização (também voltado para o mercado externo) fez aumentar o número de pessoas nas áreas urbanas, mas sem qualificação, o que fomenta problemas como desemprego, subempregos, violência e precária qualidade de vida.


Fugir da pobreza e da condição de miséria a qual é submetido, essa é mais uma razão pela qual as pessoas decidem migrar. Mas será que estão realmente preparadas para isso? Ou acabam indo de encontro a um problema maior?
 
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